Quais formas de convívio e manejo de nematoides fitoparasitas?
17 ago 2022, por [email protected]
Tema esteve em pauta em uma das salas temáticas do 13º CBA
O segundo dia do 13º CBA, maior evento de cotonicultura nacional, vem entregando grandes encontros e os mais recentes avanços sobre o setor produtivo do algodão. Com a expertise de três pesquisadores de diferentes regiões cotonicultoras do Brasil, os palestrantes destacaram em uma das salas temáticas do CBA, a importância do manejo integrado para o controle de nematoides, praga de grande impacto no sistema de cultivo do algodoeiro nos cerrados. O evento acontece até amanhã (18), no Centro de Convenções de Salvador (BA).
De acordo com o coordenador da Sala Temática, o engenheiro agrônomo e membro da comissão científica, Celito Breda, os nematoides podem gerar um prejuízo para produtores do país de até R$ 70 bilhões por ano.
Mas, como as práticas dos sistemas de produção podem afetar as populações de nematoides do algodoeiro? Este foi o questionamento que abriu a palestra de Guilherme Asmus, doutor em Fitopalogia e pesquisador da Embrapa. Antes de responder, o especialista traçou um panorama, explicando que os nematoides fazem parte do sistema natural. “Milhões de microrganismos interagem ativamente no solo. Com os nematoides não é diferente. É a lógica da natureza”, sinaliza Asmus.
Segundo o pesquisador, quando o ambiente é alterado para o agrossistema, a consequência disso é facilitação, a seleção e o estabelecimento desses parasitas. “A interferência do sistema agrícola, substitui a vegetação natural e os nematoides vão se desenvolver e atingir níveis críticos, gerando danos para a lavoura”.
Para resolver a equação, Asmus indica que o melhor caminho é a reversão ou regeneração parcial da biodiversidade. “Reestabelecer as relações biológicas e optar por sistemas diversificados através de rotação de cultura, monocultivo, sistema de plantio direto”, ressalta o especialista.
Participaram dos debates os palestrantes Rosangela Silva, doutora em Fitopatologia e pesquisadora da Fundação MT, Fabiano Perina, pesquisador da Embrapa Algodão, mestre e doutor em Fitopatologia.
O 13º CBA é realizado a cada dois anos pela Associação Brasileia dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e apoio científico da Emprapa.