Aposta em cooperação para o cultivo do algodoeiro

Aposta em cooperação para o cultivo do algodoeiro

17 ago 2022, por [email protected]

Tema esteve em pauta durante a programação do 13º CBA CBA

Legenda: Palestras mostraram avanços da agricultura familiar

Da dificuldade de acesso a tecnologias à falta de estrutura, capacidade logística e baixa competitividade, os desafios encontrados pelos pequenos agricultores para sobreviver no mercado de algodão são inúmeros, mas há também um espaço para oportunidades baseadas, sobretudo, na cooperação. Este foi o recado deixado pelos palestrantes que participaram na tarde de quarta-feira (17) da sala temática sobre a viabilidade econômica e social do cultivo do algodoeiro para a agricultura familiar. A atividade integrou a programação do 13º CBA, que prossegue até quinta (18), no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia.

“O maior desafio para os pequenos agricultores de algodão é a governança da cadeia produtiva, a promoção de uma articulação público-privada para ampliar a competitividade”, opina a engenheira agrônoma Adriana Gregolin, da FAO, ao citar outras dificuldades, como falta de apoio em pesquisa, dificuldade de acesso a informações técnicas, sociais e econômicas, além de acesso insuficiente a mercados. Na contramão destas tendências, a especialista apresentou as boas práticas empreendidas pelo projeto Regional +Algodão, implementado ela FAO e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), em sete países da América Latina, com resultados que envolvem, entre outras coisas, um aumento da produtividade que chegou, por exemplo, a 71% no Paraguai.

Outro palestrante da sala temática, o pesquisador da Embrapa Algodão Odilon Ribeiro mostrou à plateia do 13o CBA uma série de equipamentos alternativos desenvolvidos pela empresa em parceria com a FAO e a ABC com foco nas necessidades dos pequenos agricultores. “O agricultor de base familiar utiliza ainda hoje instrumentos rudimentares; nesse sentido nosso objetivo é reduzir o seu esforço físico, aumentando a área de trabalho e tornando a atividade menos onerosa, mais eficiente e ágil”, explica o pesquisador, ao citar exemplos como o de um equipamento surgido da transformação de uma motocicleta em um triciclo com uso na preparação e cultivo do solo.

Com coordenação de geóloga e perita em negociação Cecília Malaguti do Prado, da ABC, a sala temática contou ainda com uma apresentação sobre mecanização para agricultura de pequeno porte, realizada por Valdinei Sofiatti, da Embrapa Algodão, e um palestra de José Tibúrcio Carvalho Filho, da Cooperativa dos Produtores Rurais de Catuti, que mostrou ao público como os produtores do semi-árido mineiro retomaram o cultivo do algodão e construíram um centro de difusão de tecnologias, após um processo no qual o cultivo da planta foi dizimado pelo bicudo-do-algodoeiro nos anos 1990.