Especialistas discutem Novidades em manejo da soqueira e da tiguera do algodoeiro no dia de abertura do 13º CBA.

Especialistas discutem Novidades em manejo da soqueira e da tiguera do algodoeiro no dia de abertura do 13º CBA.

17 ago 2022, por [email protected]

Um dos destaques dos temas discutidos, na tarde desta terça-feira (dia 16), no 13º Congresso Brasileiro do Algodão foi o tema Novidades em manejo da soqueira e da tiguera do algodoeiro. A sala temática foi coordenada pelo pesquisador do Instituto Matogrossense do Algodão (IMAmt) e membro da Comissão Científica do congresso, Márcio Souza. Os palestrantes foram os pesquisadores Valdinei Sofiatti, da Embrapa Algodão, Edson Andrade Júnior (IMAmt), além do engenheiro agrônomo Wanderley Oishi, da Esalq-USP.

 

“O algodoeiro é uma planta perene e, quando cultivado anualmente, necessita que haja logo após a colheita, uma completa destruição dos restos culturais para impedir uma retomada de seu desenvolvimento e o estabelecimento de uma ponte verde que serviria de abrigo e alimento para as mais diversas pragas que são atraídas pela planta, principalmente o bicudo do-do-algodoeiro, seguido de ramulária, ramulose e outras”, explicou Márcio Souza.

 

Na sua apresentação, Valdinei Sofiatti falou sobre Atualizações na destruição física/mecânica da soqueira do algodão. Sofiatti ponderou que nem a destruição química ou mecânica é capaz de produzir um resultado 100% positivo. O ideal é utilizar os métodos associados. “É importante que os herbicidas sejam aplicados após o início das chuvas, muitas vezes dentro do período do vazio sanitário”.

 

Sobre a destruição mecânica, lembrou que a primeira etapa envolve a trituração dos restos culturais, com o uso de vários tipos de equipamentos. Na segunda etapa, Sofiatti destacou a utilização de equipamentos como arrancador de discos e cortador de plantas.

 

O pesquisador Edson Andrade Jr. abordou o tema Avanços na destruição química da soqueira do algodão. Durante sua palestra, ressaltou que “não se faz a eliminação da soqueira somente porque os órgãos ficam no nosso pé, mas porque é fundamental para evitar danos à lavoura”. Prosseguiu falando que o algodoeiro é uma espécie perene, com tendência a retomar seu desenvolvimento após a colheita. “A eliminação da soqueira e da tiguera é medida profilática para reduzir a população de pragas e doenças. Além de disso, é obrigatória por lei”.

 

Novidades no manejo de tiguera de algodão na cultura da soja foi o tema da palestra de Wanderley Oishi. “Desde 1983, tenho acompanhado a evolução do bicudo que continua sendo a maior praga do algodão brasileiro e não existe manejo que evite 100% a sua eliminação”.

 

Analisando a situação atual do manejo de tigueras na soja, o especialista afirmou que germinação não uniforme das sementes de algodão (dormência) torna necessária aplicações sequenciais de herbicidas de pós-emergência. Entre as medidas complementares para o combate das pragas, Oishi indica a regulagem adequada das colheitadeiras de algodão e o uso de equipamentos mecânicos para auxiliar o manejo químico na destruição das soqueiras. “Também é importante para o fechamento do plantio da soja as áreas onde foram cultivadas algodão”.

Como perspectivas futuras para o manejo das tigueras, ele cita o uso de variantes de algodão não tolerantes ao glifosato, com as tecnologias WS3 e TLP e o plantio de soja com tecnologia transgênica Enlist.

Assessoria Abrapa