Controle biológico de pragas pode ser diferencial autosustentável nas lavouras do algodão.
17 ago 2022, por [email protected]
O controle biológico do algodão sempre teve papel importante para as lavouras e, atualmente, está em crescimento exponencial. Isso se deu pelo aumento dos registros dos produtos e pela necessidade de rotacionar os diferentes métodos de controle com sustentabilidade. Mas a escolha certa no uso dos produtos biológicos é fundamental porque, segundo o coordenador da Sala Temática “Os avanços e as perspectivas para o controle biológico das pragas no algodoeiro” e integrante da Comissão Científica do 13º CBA, Eduardo Barros, “o produtor pode cair no “fanatismo biológico”. Segundo ele, a quantidade de registros de biológicos mais que dobrou nos últimos anos, movimentando um mercado de R$ 2,3 bilhões em 2021.
“Se o algodão já é um desafio, trabalhar com manejo de pragas com microrganismos não seria diferente”, afirmou a pesquisadora da Fundação MT, Lucia Vivian. Em virtude da especialização das empresas com a devida qualificação para utilização dos vírus, fungos e bactérias no controle das pragas houve uma maior adesão dessa ferramenta entre os produtores. “Mas há que se observar as especificidades do microrganismo e lembrar que não se trata de uma solução imediata como os químicos”, destacou a pesquisadora, informando que o uso dessa ferramenta é eficaz quando bem manejada. Daí as recomendações de utilizar produtos técnicos, de preferência na fase inicial da infestação, além de acompanhar o controle e fazer a reaplicação entre 7 a 10 dias se houver necessidade, alternado ou combinando com produto químico, lembrando que períodos secos podem interferir na eficiência do controle.
Por meio de vídeo enviado ao 13º CBA, o professor titular do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Jorge Torres, ressaltou que alguns microrganismos são predadores naturais de lagartas e outras pragas do algodoeiro e extremamente tóxicos aos inimigos do algodão. “Eles vão consumir muitas pragas que são alvos dos inseticidas e dos que não são. Dessa maneira, o inseticida não tem uma correlação tão direta com a diminuição e controle das pragas, mas é importante observar o uso de cada ferramenta e sua eficiência no sistema”, concluiu o especialista que é Mestre em Entomologia e há 20 anos desenvolve trabalhos voltados ao controle com foco para a integração de insetos predadores no manejo de pragas.
Para o sócio proprietário da Assist Consultoria e da Insecta Bio, primeira biofábrica de Trichograma do estado do Mato Grosso, Marcio Goussain, “na prática, o controle biológico pode ser autosustentável e se tornar um diferencial entre outras formas de controle. Do ponto de vista ecológico é uma estratégia válida para restabelecer a biodiversidade funcional dos agroecossistemas, garantindo um controle debaixo custo e com mínimo impacto ambiental”. Goussain falou ainda sobre as tecnologias embarcadas nos drones, com aplicação das pupas a granel, incrementando o controle biológico das pragas nas lavouras.
Assessoria de Imprensa Abrapa