Pesquisadores debatem desafios e limites do controle de pragas com biotecnologias.

Pesquisadores debatem desafios e limites do controle de pragas com biotecnologias.

17 ago 2022, por [email protected]

Tema esteve em pauta durante a programação do primeiro dia do Congresso Brasileiro de Algodão

 

As biotecnologias são ferramentas essenciais hoje para reduzir os custos dos produtores com inseticidas, possibilitando que as próprias plantas exerçam controle sobre as pragas. Quanto maior o tempo de utilização das plantas BT, no entanto, maior o incremento no número de lagartas resistentes no campo, como resultado do processo natural de evolução das espécies. Daí a corrida para evitar ou ao menos retardar ao máximo a perda da eficácia das proteínas no controle destes insetos.

O tema esteve nesta terça (16) no centro das discussões da sala temática “Análise da viabilidade técnica e econômica das biotecnologias”, que integrou a programação do 13o Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). Promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o evento prossegue até esta quinta (18), reunindo os principais atores da cadeia produtiva do segmento no Centro de Conveinções de Salvador, na Bahia.

“Este tipo de discussão é muito enriquecedor porque mobiliza um interesse comum entre todos os elos da cadeia produtiva (pesquisadores, produtores e a indústria de biotecnologia), dando ocasião a interações de pesquisa e transferência de tecnologia”, opinou o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrossilvipastoril do Mato Grosso, Rafael Pitta, que integra a comissão científica do 13o CBA.

Coordenador da sala temática sobre o assunto, Rafael Pitta, apresentou à plateia do Congresso um compilado de informações  sobre os custos de produção dos diferentes tipos de tecnologias resistentes a insetos, a depender da sua efetividade no controle das pragas, e consequentemente, da estimativa prevista para consumo de inseticidas e despesa com royalties inseridos nas sementes.

Já o líder de Manejo de Resistência da divisão agrícola da Bayer para o Brasil, Patrick Dourado, apresentou um estudo da empresa sobre a performance de biotecnologias contra pragas-alvo.  “Ao longo da história de 15 anos das biotecnologias, nós evoluímos, mas é preciso ter em mente que as proteínas não resolvem todos os problemas, e que é preciso fazer ajustes no manejo, monitoramento, além de recorrer aos inseticidas”, ressaltou o palestrante ao chamar atenção também para o papel chave do refúgio estruturado para garantir mais longevidade às tecnologias.

Para completar, a sala temática contou ainda com a presença do pesquisador Jacob Crosariol Netto, do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt). Ele os resultados de um levantamento sobre a sobrevivência de duas espécies de lagartas em lavouras do Mato Grosso e da Bahia que têm se mostrado especialmente resistentes a biotecnologias: a Spodoptera frugiperda e a Helicoverpa Armigera.